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DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5: O QUE REALMENTE MUDOU?

Fábio Gomes de Matos e Souza

Ricardo Luis Jácome de Oliveira Filho

João Paulo Rodrigues do Nascimento

Giselle Castro de Abreu

Rafaela Torres Portugal Leite

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  • Introdução

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, do inglês Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) é um manual para profissionais da área da saúde mental que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association – APA).1 O DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5 foi publicado em 2013 e é a versão atual do manual. A versão anterior, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV-Texto Revisado (DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-IV-TR), organizava cada diagnóstico psiquiátrico em cinco eixos, relacionando diferentes aspectos dos transtornos.2 A versão atual divide-se em seções que se ordenam da seguinte forma:3

 

  • seção 1: informações básicas sobre o DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5;
  • seção 2: critérios diagnósticos e códigos;
  • seção 3: instrumentos de avaliação e modelos emergentes.

Há um contínuo debate científico sobre a validade da construção e a confiabilidade prática das categorias diagnósticas e dos critérios do DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Argumentou-se por muito tempo que esse sistema de classificação faz distinções categoricamente injustas entre os transtornos.4 Considera-se que critérios diagnósticos puramente baseados em sintomas falham em adequar a situação ao contexto em que a pessoa está vivendo. O grau de doença nem sempre é correlacionado com os sintomas relatados, que podem originar-se de vários fatores individuais e sociais.5

O contexto político do DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais é um tópico controverso e envolve seu uso por indústrias farmacêuticas e seguradoras. Alguns argumentam que a expansão dos transtornos no DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais foi influenciada por motivos de lucro e representa um aumento na medicalização dos pacientes, enquanto outros argumentam que problemas de saúde mental são subestimados ou subtratados.6

Desde sua primeira edição, publicada na década de 1950, o DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais vem evoluindo na busca por um diagnóstico mais preciso para os pacientes com transtornos mentais. No presente artigo, estão registradas as principais diferenças do DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5 em relação ao DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-IV-TR e as alterações trazidas para a compreensão dos transtornos mentais.

Ainda existem muitas limitações no diagnóstico psiquiátrico. O último manual, o DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5, não foge a essa regra, tanto que, em sua seção III, deixa registradas as possíveis alterações que ainda precisam de uma maior sustentação científica para serem futuramente incorporadas.

O artigo está organizado conforme a ordem encontrada no DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5, e as alterações e suas repercussões estão agrupadas em cada seção.

  • Objetivos

Ao final do artigo, o leitor poderá:

 

  • compreender as mudanças ocorridas do DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-IV-TR para o DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5 no diagnóstico dos diferentes transtornos mentais;
  • reconhecer os diagnósticos em sua forma atualizada;
  • determinar os critérios do DSMManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5 adequadamente nos seus diagnósticos e escolher o tratamento correto.
  • Esquema conceitual
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